ESPÍRITOS PRESOS A TERRA
Pode uma alma, após a morte, permanecer presa à Terra?
Sim, pode. Isso acontece muitas vezes. As almas presas à Terra
são pessoas que, após a morte, não conseguiram desligar-se dos seus corpos
físicos e da vida que levavam. Eles permanecem envolvidos pelo magnetismo
terrestre, presos ao nivel da crosta planetária, e não conseguem se desprender
do apego à existência que já se encerrou. Geralmente eles acreditam ainda estar
vivos, e não entendem por que as pessoas não falam mais com eles. Essas almas
possuem um acesso bem fácil aos encarnados, e podem mesmo se ligar
psiquicamente a eles. Com isso, eles atrasam sua entrada nos planos mais sutis
e permanecem em estado de perturbação e sofrimento.
O médium mineiro Francisco Cândido Xavier diz o seguinte: Quando
o corpo é reclamado pelo sepulcro, o espírito volta à pátria de origem, e, como
a natureza não dá saltos, as almas que alimentam aspirações puramente
terrestres continuam no ambiente do mundo, embora sem o revestimento do corpo
carnal.
É possível a alma evoluir nesse estado de prisão?
A evolução encontra-se em todos os estados e condições, mas
pode-se dizer que ela é insignificante quando a alma está presa à Terra. O ser
desencarnado atrasa muito seu desenvolvimento espiritual, fica quase que
estagnado; é como se ele ficasse congelado ou cristalizado dentro dos parâmetros
de mente e comportamento. Nesse sentido, eles tendem a repetir
estereotipadamente os padrões da última personalidade e também do momento da
transição. Por exemplo, um rapaz morre num acidente de carro e fica chamando
pelos seus pais. Ele pode ficar invocando a presença dos pais por períodos bem
longos, sem perceber que sofreu um acidente e não possui mais corpo físico.
Também contribui consideravelmente para a prisão no plano da Terra uma morte
rápida e trágica. A alma não tem tempo de perceber o que ocorreu e pode ficar
confusa com o impacto da súbita transição. No entanto, após a libertação, o
espírito pode rever suas experiências e seus enganos, e aprender muitas lições
expandindo sua consciência.
O que uma alma faz quando fica presa à Terra?
Algumas vezes ela tenta realizar as mesmas atividades de quando
estava encarnada; outras vezes fica próxima de parentes e amigos, tentando um
contato. Em outras situações, como já dissemos, ela fica repetindo os mesmos
padrões de ação e comportamento de sua última existência. Em casos não tão
raros, ela fica perambulando por locais que lhe foram familiares em vida ou
peregrina por locais desconhecidos. Quando isso ocorre, na maioria das vezes
ela acaba se conectando com um encarnado, e participa de seus prazeres e de sua
vida. Sem que o encarnado se dê conta, ela pode guiar seus pensamentos, desejos
e até as principais escolhas de sua vida. Não é raro ver mães que, após o
desencarne, continuam "cuidando" de seus filhos, ou seja, acabam
entrando num processo obsessivo que prejudica a ela e o filho. Porém, o mais
grave é a vampirização de energias vitais que se processa nessa conexão
psíquica entre ambos. A alma presa à Terra necessita da vitalidade de pessoas
para se manter no nível da crosta terrestre. Na maioria das vezes, suga as
energias sem perceber o prejuízo que lhes causa.
Podeis enumerar um outro motivo da alma permanecer presa a
Terra?
Geralmente, o ceticismo extremo ou mesmo o dogmatismo religioso
podem ser a causa do aprisionamento. Os céticos conservaram ao longo da vida
arraigadas concepções sobre a inexistência da vida após a morte, e, ao se
deparar com uma realidade que negaram ao longo da existência corpórea, eles se
recusam a enxergar sua nova condição. Não acreditam que possam estar mortos e ainda
assim vivendo, pois sempre guardaram uma inquebrantável convicção que a morte é
o encerramento definitivo da existência humana.
Os céticos da vida após a morte podem experimentar duas
condições mais gerais: a primeira é um estado de perturbação pós-morte, uma
firme negação de sua nova condição, o que gera confusão e até desespero. Por
outro lado, os céticos podem unir-se a outros céticos, numa experiência
coletiva, e podem acreditar que foram transladados para outro mundo, um local
estranho que eles não sabe como chegaram ali, mas creem ainda estar vivos.
O mesmo ocorre com os fanáticos religiosos; a ortodoxia, o
sectarismo e o dogmatismo são grandes entraves a visão da realidade pós-morte.
O religioso fundamentalista crê firmemente que, caso estivesse mesmo morto,
deveria estar agora nos céu, no reino de Deus que sempre almejou em sua
passagem pela Terra. Ele acreditava na sua salvação, e não pode admitir que,
após a morte, ele não fosse recebido pelo ícone do seu culto. Essa prisão é
fato corrente para um número significativo de religiosos fanáticos,
aprisionados em suas próprias concepções cristalizadas.
Por outro lado, ele pode encontrar-se frente a frente com suas
convicções religiosas, que nada mais são do que suas próprias criações mentais
produzidas quando encarnados. Ele pode envolver-se nessa ilusão de suas formas
de pensamento e viver de acordo com elas. Porém, isso possui algo de
providencial, pois a vida após a morte seria algo doloroso demais se as almas
não pudessem, de certa forma, adaptar suas crenças ao novo ambiente e viver de
conformidade com eles, caso ainda não estejam prontos para uma comunhão com
estados sutis mais reais.
Há outros motivos para a fixação no nível da crosta terrestre?
Sim, esses motivos variam conforme a individualidade de cada
alma. Mas existem motivos gerais a se considerar:
- Não cumpriram seu roteiro kármico (proposta encarnatória).
- Suicidaram-se e deixaram assuntos inacabados.
- Possuíam extremo apego a Terra e aos desejos materiais.
- Viciaram-se em álcool, fumo, comida, sexo, lazer, prazeres diversos.
- Tinham medo de morrer e após o desencarne continuaram negando a morte.
- Dificuldade de aceitarem que passaram pela transição e não têm mais corpo físico.
- Morte súbita (os espíritos não tiveram tempo de perceber que morreram).
- Ódio e vingança a algum desafeto.
- Apego a entes queridos ou a pessoas próximas.
- Ceticismo fortemente arraigado.
- Morte após deficiências mentais ou transtornos psíquicos graves.
- Suicidaram-se e deixaram assuntos inacabados.
- Possuíam extremo apego a Terra e aos desejos materiais.
- Viciaram-se em álcool, fumo, comida, sexo, lazer, prazeres diversos.
- Tinham medo de morrer e após o desencarne continuaram negando a morte.
- Dificuldade de aceitarem que passaram pela transição e não têm mais corpo físico.
- Morte súbita (os espíritos não tiveram tempo de perceber que morreram).
- Ódio e vingança a algum desafeto.
- Apego a entes queridos ou a pessoas próximas.
- Ceticismo fortemente arraigado.
- Morte após deficiências mentais ou transtornos psíquicos graves.
Que dizer sobre as estórias sobre espíritos aprisionados em
locais específicos?
Essas estórias podem ser reais. Alguns espíritos podem fixar-se
em lugares em que eram muito afeiçoados durante a sua vida. Muitos ficam presos
a sua própria residência; outros aos lugares onde ocorreu sua transição; outros
ainda se unem a outras almas que escolhem um local propício a sua permanência.
Esse é o fundamento das chamadas “casas mal assombradas”, que reúnem grande
número de almas perdidas e presas em locais específicos. Ocorre com certa
frequência uma ligação psíquica entre a alma recém-desencarnada e pessoas que
compraram o imóvel onde a alma passou a maior parte de sua vida.
Disseste que uma alma pode ficar presa à Terra em decorrência do
ódio a desafetos. Podeis explicar melhor?
Enquanto o ódio aprisiona, o amor liberta. No Novo Testamento
está escrito: Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os
irmãos. Quem não ama a seu irmão permanece na morte. (João 3: 14). Isso
significa que, aqueles que não amam, permanecem presos no ódio e aprisionados
no nível terrestre após o passamento. Não é possível neutralizar o ódio com o
esquecimento, pois em épocas futuras esse ódio regressará numa outra roupagem,
numa outra forma de manifestação. O ódio só pode ser dissipado com amor e o
perdão. O amor vem da consciência de que todos nós estamos interligados, que
somos uma mesma família universal e estamos numa mesma missão cósmica; todos
somos almas ainda inferiores, dependentes, ignorantes e limitadas. Compreender
isto é uma forma de libertação de todo o ódio. Devemos também compreender que
ninguém pode nos tirar nada, nem destruir qualquer de nossos bens sem a nossa
participação. Nosso corpo pode ser queimado, torturado, destroçado e morto; mas
nossa alma só sera tocada se assim permitirmos. Esse foi o caso de Jesus:
enquanto o corpo físico e a personalidade humana de Jesus estavam sofrendo
dores lancinantes na cruz, sua alma, seu espírito imortal estava completamente
ausente e invulnerável a mortificação de sua carne. Ele assistia tudo de fora,
sem se envolver no sofrimento que lhe acometera. As maiores maldades podem ser
realizadas conosco, mas uma alma de luz, um ser mais evoluído, não pode ser
atingido, pois ele sabe que não é matéria, não é esse ego nem essa
personalidade; ele é algo infinitamente maior e que não pode jamais ser
destruído. O espírito é indestrutível, é perene; vive para sempre e não é
subjugado pelo caráter transitório da matéria e do mundo da manifestação. As
almas que carregam o ódio dentro de si invariavelmente se prendem nos liames da
matéria e podem permanecer longos períodos esperando para consumar sua
vingança. Ela desconhece que estará tão presa e ficará tão mal quanto aquele
que deseja prejudicar.
Almas de luz não poderiam resgata-las se assim desejassem?
Já dissemos que uma alma pode fixar-se em seus pensamentos,
imagens mentais e padrões após a morte. Pois bem, quando ela fica nesse estado,
a comunicação com o que está a sua volta é perdida. Ela está tão envolvida por
uma autohipnose, tão cristalizada dentro de suas repetições, está de tal forma
mergulhada em suas tendências, criando ilusões atrás de ilusões, que seu
pensamento e percepção ficam girando em torno de si mesmo. Dessa forma, ela se
fecha em seu mundo psíquico e não entra em contato e nem enxerga o que está ao
seu redor. Quando é este o caso, as almas de luz sequer conseguem chegar até
ela. Muitas vezes, esse resgate, caso ocorresse, seria uma violação de seu
livre arbítrio. Se a alma ainda deseja estar naquele nível, uma alma mais
evoluída não poderia contrariar sua própria vontade, mesmo que ela esteja
seguindo um caminho que lhe seja prejudicial. O mesmo ocorre na Terra. Por
outro lado, os espíritos de luz sabem que aquele espírito precisa daquela
provação para aprender e se desenvolver espiritualmente.
Quando uma alma não fica presa à Terra, qual será o seu destino?
O grau de densidade de seu corpo etérico diminui, conforme ela
vai se desvinculando de sua existência física. Os resíduos de materialidade do
seu antigo corpo físico vão se dissolvendo, e ela aceita sua nova condição
vibratória. Ela deixa para trás sua última vida, sem apego, assimilando as
lições que necessita, revendo seus erros e compreendendo o que precisa fazer
para melhorar-se. Conforme o tempo vai passando, seus níveis de maior densidade
e materialidade vão sendo dissipados. Ela vai descartando os envoltórios menos
pesados e adquirindo outros mais sutis. Muitas tendências grosseiras vão sendo
depostas na matéria primordial de seu nível, e isso a permite ascender a planos
mais sutis.
Tendo em vista essas considerações, podemos concluir que os
contos e estórias sobre obsessões e possessões são reais, e não mera fantasia?
Sim, são reais e podem estimular a formação de diversos males ao
ser humano.
Podeis nos dar exemplos desses males causados pela ligação
psíquica entre as almas presas a Terra e os encarnados?
As repercussões desse processo são bem numerosas, mas podemos
citar os prejuízos mais gerais:
Sintomas físicos: doenças, dores, mal estar, náusea, dor na
nuca, enjoo, arrepios, tontura, cansaço excessivo, estafa.
Problemas mentais: problemas de memória, desatenção,
dissociação, falta de clareza, embotamento, parada do pensamento, confusão
mental, ideias suicidas, despersonalização, pesadelos recorrentes, alucinações
auditivas e visuais.
Descontrole emocional: ansiedade, angústia, medo, irritação,
depressão, tristeza, choro sem causa aparente, impulsividade.
Inclinação às drogas: abuso de álcool, maconha, tabaco, drogas
injetáveis, remédios.
Problemas com peso: Pelo estímulo à compulsão pela comida ou à
perda de apetite, como obesidade, anorexia, bulimia.
Problemas de relacionamento: timidez, fobia social, introversão,
dificuldade de comunicação.
Problemas sexuais: falta ou excesso de desejo sexual.
Fechamento dos caminhos: tudo parece dar errado, oportunidades
não aparecem, dificuldade de expressar nosso potencial.
Autor: Hugo Lapa
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