sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Nossos sonhos

Você sonhou esta noite? Não se recorda?
O que é o sonho? Ele é o produto da liberdade que goza a alma, que se torna mais independente pela suspensão da vida ativa.
O sonho pode ser dividido em três categorias principais. O primeiro é o chamado sonho ordinário ou cerebral. É simplesmente o reflexo das impressões e imagens arquivadas no cérebro durante o período de vigília.
Ao adormecermos, tais imagens se liberam sem direção consciente e então temos cenas indecisas, sem sentido, sem coordenação. E que permanecem na memória.
Estados de sofrimento ou de doenças, facilitando o desprendimento do Espírito, aumentam ainda mais a incoerência e a intensidade dos sonhos. As impressões e imagens se chocam e se confundem.
A segunda categoria se dá quando o Espírito flutua na atmosfera, sem se afastar muito do corpo. Mergulha no oceano dos pensamentos e imagens que rolam, de todos os lados, pelo espaço.
Aí colhe impressões confusas. Tem estranhas visões. Sonhos inexplicáveis.
Também pode, nesse estado, mergulhar no passado, rever acontecimentos desta ou de anteriores vidas.
Esses sonhos, de uma infinita diversidade, conforme o grau de liberdade do Espírito, afetam sobretudo o cérebro físico. É por isso que deles conservamos a lembrança ao despertar.
O sonho profundo ou sonho espírita se dá quando o Espírito fica mais livre do corpo. Desprende-se da matéria e vai ao encontro dos seres amados, seus parentes, seus amigos, seus guias espirituais.
Também pode se encontrar, nesse estado, com outras almas, no momento encarnadas na Terra. Desses sonhos, o Espírito conserva impressões, que nem sempre afetam o cérebro físico.
Mas se gravam na consciência e depois surgem, no transcorrer dos dias, como pressentimentos, intuições, etc.
É por isso que o provérbio diz: A noite é boa conselheira.
São também registrados, com frequência, fenômenos de premonição durante os sonhos.
A mulher de Júlio César sonha com o assassínio do marido e tudo faz para que ele não vá ao Senado, naquele dia.
Abraão Lincoln, Presidente dos Estados Unidos, sonhou que se achava em uma calma como de morte. Ouviu soluços. Percorreu várias salas e no centro de uma delas viu um corpo deitado, vestido de preto, guardado por soldados. Enorme multidão chorava.
Quem morreu na Casa Branca? - perguntou. Um soldado respondeu: O Presidente. Foi assassinado. Pouco tempo depois ele morria assassinado.
E os pesadelos? São produto dos nossos desejos, recordações ou experiências espirituais inferiores, devido a um estado mental conturbado.
O maior antídoto contra os pesadelos é buscar manter o pensamento e a vontade ligados no bem. Uma boa vivência diária, uma boa leitura antes de dormir, oração sentida são excelentes recursos para termos bons sonhos.
Ainda uma vez, quem vive o bem, também sonha o bem.
* * *
Os sonhos não são verdadeiros como entendem os ledores da sorte.
É absurdo, pois, pensar que sonhar com uma coisa anuncia outra.
As preocupações do dia podem dar àquilo que se vê em sonhos, a aparência do que se deseja ou se tem medo. É um efeito da imaginação.
As interpretações supersticiosas, que pretendem relacionar os sonhos com jogos de azar e acontecimentos mundanos, devem ser repudiadas.
Gasta-se com isso preciosos recursos e oportunidades da existência.
C

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