quinta-feira, 27 de abril de 2017

⁠⁠⁠GUIAS ( colares )





Quem nunca viu um crucifixo no pescoço de um Padre? Um índio com seu colar?   Reis com seus colares e pulseiras e coroas? Acredito que todos nós já vimos, né?

Desde de os tempos remotos, esses objetos não serviam somente como adornos mas também como proteção . Todos os viam como objetos magísticos, perfeitos amuletos e, por vezes, indicavam o grau de hierarquia dentro de um  clã ou de uma tribo .

Na nossa Umbanda querida as nossa guias são colares coloridos que são utilizados nos trabalhos, fazendo parte do fundamento de todo Umbandista.

As guias são verdadeiros para-raios em defesa dos médiuns. Elas são imantadas pelos guias chefes ou pelos dirigentes da casa através das energias da natureza para servirem de escudos contra as energias negativas que possam se aproximar dos servidores da Umbanda na prática da caridade. Se por algum momento, alguma carga negativa se aproximar, essa carga se choca à guia de contas como um escudo de proteção para o médium.

Não podemos esquecer que os fios são feitos de náilon e alguns com ferramentas em metal. Como estão encostados ao nosso corpo poderão também arrebentar por desgaste do material.

As guias, além de servirem de proteção, também têm outras funções como:

- Elo de ligação psíquica entre médium e espírito;

- Instrumento de auxílio nos tratamentos espirituais;


CONFECÇÃO DAS GUIA

As guias de proteção devem se confeccionadas com produtos naturais, que sejam excelentes condutores de energia.

Dependendo de cada casa e de suas regras, podem ser feitas de sementes, madeira como o bambu, pedras, porcelana, conchas, cristais. Não devemos usar plástico ou tipo de material similar, pois estes não são filtros indicados para o trabalho espiritual.

Serão confeccionadas de acordo com as regras da casa espiritual ou a pedido de uma entidade específica. Mesmo a pedido, a guia só poderá ser confeccionada se autorizada pelos dirigentes ou pelos guias chefes.

Existem casas especializadas em venda das guias prontas e que também seguem as mesmas regras. Como são colares imantados, precisam ser bentas pelo guia chefe ou pelos dirigentes para que possam ter a mesma tônica vibracional daquelas que todos os outros médiuns que se encontram na mesma roda utilizam. Todo material utilizado pelos médiuns tem que estar na mesma vibração, na mesma harmonia como um todo. Assim, cada vez mais a corrente espiritual se fortalece.

Todas as guias, para terem valor vibracional, devem ser imantadas e fundamentadas. O número de contas será dito pelo dirigente após autorização do guia chefe.

As firmas utilizadas para fechamento das guias servem como espaço mágico para receberem e distribuírem de uma maneira contínua as energias e para formarem assim uma campo magnético fechado ao longo da corrente de contas, passando energia de uma a uma.


LIMPEZA DA GUIAS

Deverão ser colocadas em uma bacia com água e cobertas com ervas específicas. Normalmente, utilizamos o boldo (erva de Oxalá), no que chamamos de tapete de Oxalá. Essa limpeza também poderá ser feita em mar aberto, nas cachoeiras ou deixando esticadas no altar para imantação.


EXPLICAÇÃO SOBRE FUNDAMENTOS PARA AS GUIAS

Existem alguns fundamentos para a confecção de cada tipo de guia:

- GUIA DE PROTEÇÃO: Todos os colares de contas são feitos para proteção. Quando um médium novo em desenvolvimento começa a vestir o branco e a participar de uma roda de desenvolvimento, é pedido a ele a primeira guia da casa. Essa, normalmente é a de Oxalá, para todos nós Umbandistas, o Pai Maior; aquele que retém em seu poder a força de todas as energias da natureza.


- GUIA DO ORIXÁ (força da natureza): É a guia que está ligada à faixa vibratória do médium . Representa a energia da natureza à qual o médium está diretamente afinado; esta vibração terá uma força especial em sua coroa.


- GUIA DAS ENTIDADES: São aquelas que seguem como padrão o pedido de uma energia superior, uma entidade de luz. Elas só poderão ser confeccionadas com autorização da casa e ou dos dirigentes.


Devemos ter o cuidado de fazer nossas guias exatamente como são pedidas. Elas têm fundamentos e serão utilizadas para fortalecimento dos médiuns e segurança nas rodas das quais participarão. Não podem ser utilizadas em nossa Umbanda apenas como adornos ou enfeites. Nossa religião prima pela humildade e não utiliza vaidade e nem ostentação em seus trabalhos espirituais de caridade.

A forma como a guia é solicitada pela entidade pode dizer muito sobre a linha de trabalho dela. Assim como o ponto riscado, as guias podem indicar muitos fundamentos e falar por si só.

Por exemplo:

a)              Foi autorizado ao médium confeccionar uma guia verde, com 7 flechas intercaladas e com fechamento de firma vermelho. O que vocês acham que essa guia está nos dizendo? Sabem ?


Vou explicar: Verde (Oxossi, caboclos, mata); 7 flechas (pode indicar o nome do Caboclo Sete flechas); Firma vermelha (que ele também trabalha na linha de Ogum). Bacana, né? Viu como agora começamos a entender os fundamentos das guias?


CORES DE GUIAS

Branca – Oxalá

Preta e Branca – Almas

Vermelha – Ogum

Verde – Oxossi

Cristal Transparente – Iemanjá

Amarela – Iansã

Azul Claro/Turquesa – Oxum

Lilás – Nanã

Preta e vermelha – Guardiões

Azul e Rosa – Ibejada

Marrom - Xangô


GUIA DE AÇO - Já, a guia de aço, é uma guia de proteção; um isolante que afasta o médium de cargas negativas tanto em uma roda espiritual como também na sua vida terrena. A guia de aço é a única permitida a ser utilizada pelos médiuns no seu dia a dia como forte amuleto de proteção, um verdadeiro patuá (para entender mais sobre patuás, vejam nossos estudos anteriores).


BRAJÁ - Feito de fios e búzios, é usado por sacerdotes e por aqueles que estão em processo de aprendizado para sacerdócio, a partir da abertura da feitura de 5 anos (utilização opcional). Símbolos de conhecimento. Na Umbanda, quando o médium atinge a maturidade espiritual é dado a ele o direito de usar O Brajá, com o significado de entrada no mundo do conhecimento. Seu uso não é fundamental e não faz parte dos rituais de Umbanda, apesar de ter sido incorporado por aquelas vertentes que ainda carregam em si fundamentos do Candomblé.

EBOMI – É feita com a semente do dendezeiro. Só é dada ao médium no fechamento dos seu 7 anos, ou seja, quando o mesmo se torna sacerdote religioso.


Como vimos até agora, as guias usadas servem como elo de ligação entre as forças da natureza e o campo energético do médium, bem  como filtro de energias entre o ambiente e o médium.

Ela reforça a intensidade da conexão do médium com o mundo espiritual do médium, melhorando a comunicação, a intuição e a transmissão energética nos trabalhos caritativos dos guias e mentores de uma roda espiritual de caridade.

Alguns fatos curiosos que podemos citar são:


a)   Guias atravessadas: normalmente são pedidas pelo dirigente ou guia chefe da casa quando há necessidade de uma linha vibratória diferente da linha diária do médium. Exemplo: O médium tem uma energia extremamente feminina em sua coroa e sua entidade carrega uma energia extremamente masculina - a guia é utilizada atravessada para uma questão de equilíbrio vibracional. Por exemplo: suponhamos que o médium possua uma coroa fortemente energizada pela vibração de Oxum (energia associada à feminilidade) e suas entidades usam energia fortemente concentrada em Omulu ou Ogum (que são vibrações vistas como masculinizadas). Atravessa-se a guia para a busca de equilíbrio vibracional. Ainda: Quando o médium tem muito forte em sua coroa a energia das matas, representativa de Oxossi e sua entidade trabalha muito voltada para as energias de Oxum. A guia também é atravessada para equilíbrio vibracional. (ATENÇÃO: nada está ligado à sexualidade individual. Estamos falando em força vibracional).


b)  Quando observamos algum médium em seu trabalho espiritual, utilizando uma guia enrolada no pulso, ele está simplesmente utilizando a guia como um condutor energético mais forte para limpeza do campo astral do consulente. Raramente esse tipo de recurso é utilizado por uma entidade. Salvo casos que requerem uma atuação mais rápida.


c)    Quando vamos ao banheiro devemos tirar as guias. Além de ser um sinal de respeito, o banheiro é um ambiente contraposto à pureza na qual devemos manter nossas guias de proteção. Essas impurezas podem afetar a linha vibracional que temos que preservar, afinal de contas, o ambiente terreno está repleto de impurezas tanto materiais quanto fluídicas, que podem se ligar ao filtro de proteção nesses ambientes.


d)  Quando estamos perto do fogão, devemos guardar nossas guias. Por vezes colocamos nossa proteção para dentro de nossas blusas, mais encostadas ao coração, não é mesmo? Fazemos isso para protegermos nossas guias do fogo pois, além de serem confeccionadas na maioria das vezes com náilon, que derrete, nossa guias são filtros energéticos que têm que ser preservados de outros tipos de energia que não sejam as de trabalho.


Nossas guias são pessoais e intransferíveis. Devendo ser confeccionadas, manipuladas e utilizadas somente pelo médium. Deve-se observar que cada individuo e cada ambiente possui um campo magnético e uma tônica vibracional própria e individual. Entretanto, a confecção das guias poderá ser feita por um outro irmão, principalmente o fechamento da guia, desde que ele esteja capacitado para tal importante missão. Este médium deverá ser escolhido pelo dirigente da casa ou guia chefe.


ATENÇÃO:

Lembrem-se: nossas guias  são nossas ferramentas na caridade espiritual. Devemos cuidar e respeitá-las. Elas são a nossa força e nossa fé. Elas são nosso escudo de amor e paz. Cada guia que usamos revela o que queremos, para que estamos aqui e o que pretendemos ao usá-la. Então irmãos, vamos cuidar sempre, de uma a uma, com muito amor, paciência e humildade.

Bem, meus queridos e amados irmãos, obrigado por mais um dia juntos nessa Seara de Umbanda. Que a Paz do Senhor esteja sempre em nossos corações e que A MISSÃO SE CUMPRA!!!!!!!!!!!

 Agradeço a Deus por ter me ajudado e me mostrado que nada é impossível quando queremos de verdade

domingo, 23 de abril de 2017

Sobre São Jorge aquilo que talvez voce não soubesse.:)
O dia de São Jorge é o dia de seu falecimento, 23 de Abril de 303, na Nicomédia. Seus restos mortais estão na Igreja de São Jorge, na Lídia, Israel.
- De acordo com a lenda, São Jorge nasceu no ano 275, na Capadócia, hoje território da Turquia. Ingressou no exército romano e, aos 23 anos, se tornou tribuno militar na Nicomédia. Ao ver que o imperador Diocleciano perseguia e matava os cristãos, passou a defendê-los. Por este motivo, foi torturado e degolado.
- São Jorge é um santo que, de certa forma, une diversas tradições cristãs ligadas ao catolicismo. Ele é um dos santos mais venerados na Igreja Católica Apostólica Romana, na Igreja Ortodoxa e na Igreja Anglicana.
- São Jorge é um dos catorze santos auxiliares do catolicismo. Os outros treze são: Santo Acácio, Santa Bárbara, São Brás, Santa Catarina de Alexandria, São Cristóvão, São Ciríaco, São Dênis, São Erasmo, Santo Eustáquio, Santo Egídio, Santa Margarida de Antioquia, São Pantaleão e São Vito.
- Países que celebram o Dia de São Jorge incluem Inglaterra, Canadá, Croácia, Portugal, Chipre, Grécia, Geórgia, Sérvia, Bulgária, Roménia, Bósnia e Herzegovina e República da Macedónia. Cidades incluem Moscou, na Rússia, Genova , na Itália, Ljubljana , na Eslovénia, Beirute , no Líbano, Qormi e Victoria em Malta e muitos outros. Ele também é comemorado na antiga Coroa de Aragão, na Espanha, Aragão , Catalunha , Valência e Maiorca .
A impressão xilogravura de St George
Dia de São Jorge é conhecida como a Festa de São Jorge por palestinos e é celebrada no Mosteiro de São Jorge , em al-Khader , perto de Belém . É também conhecido como Georgemas.
- A cruz de São Jorge foi adotada pelo rei Ricardo Coração de Leão, no século XII. Os soldados do rei utilizavam este símbolo em suas túnicas para evitar confusão em batalha.
- O Papa Paulo VI, em 1963, rebaixou São Jorge para santo menor de terceira categoria. Em 2000, o Papa João Paulo II restaurou a relevância do santo, que voltou a aparecer nos missais como santo patrono da Inglaterra.
- Para fugir da perseguição, os praticantes do candomblé associavam um orixá a um santo católico. Desta forma, Ogum, o deus guerreiro, é associado a São Jorge.
- São Jorge é o padroeiro da Catalunha. Uma lenda regional diz que, após matar o dragão, ele deu à princesa uma rosa vermelha. Assim, no dia 23 de abril, especialmente em Barcelona, é comum que o homem dê à sua esposa ou namorada uma rosa vermelha.
- De acordo com tradição que surgiu apenas em meados do século XII, São Jorge matou um dragão. O dragão simboliza a idolatria destruída com as armas da fé cristã. Diz a tradição que as manchas na lua representam o milagroso santo e sua espada pronto para defender aqueles que buscam sua ajuda.
- A representação de São Jorge matando o dragão pode ter origem na mitologia nórdica, pela figura de Sigurd, o caçador de dragões.
- William Shakespeare nasceu e morreu no dia de São Jorge. Nasceu em 23 de abril de 1564 e morreu em 23 de abril de 1616.
- São Jorge é sincretizado também com o Orixá Ogum na Umbanda, São Jorge representa a vitoria sobre o mal que existe na alma de todos os seres, males como o egoísmo, medo e tantos outros, que deverão ser derrotados pelo guerreiro que existe dentro de nós.
- No Brasil, São Jorge também é padroeiro dos escoteiros, da cavalaria do exército. As tatuagens associadas a este santo estão entre as mais populares no país. No Rio de Janeiro, a data da morte do santo se tornou feriado devido à grande quantidade de devotos.
- Na música nacional, São Jorge já foi homenageado em canções por Jorge Ben, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Fernanda Abreu, Racionais MC’s, Zeca Pagodinho e pela banda Angra. Na música internacional, a banda Iron Maiden fala do santo na música “Flash of Blade”, no álbum Powerslave.


23 de Abril-Dia de São Jorge

Dia 23 de abril nós comemoramos o dia de São Jorge, e em outros lugares, no dia 3 de novembro.
            Mas, espera aí! Porque as pessoas também cultuam Ogum neste dia?
èOgum ou Ògún - Orixá da Guerra
            É muito comum encontrar uma imagem de São Jorge em casas de umbanda, e até mesmo em casas de candomblé, não é verdade? Mas, porque isso? O que São Jorge tem haver com Ogum? O que é o Sincretismo Religioso no Brasil?

            As Respostas não são muito complexas. Vamos analisar...

            São Jorge é um santo católico. Ogum é um deus africano. São Jorge é um guerreiro. Ogum também é um guerreiro.

            São Jorge é um santo que supostamente nasceu na região da Capadócia e viveu como um padre e militar romano do exército do imperador Diocleciano. Ogum, nada tem haver com essa história.

            Mas, acontece que, na chegada dos escravos africanos ao Brasil, com eles vieram tradições, incluindo suas crenças. O povo trazido da Nigéria, mais conhecido como Iorubas, tinham como deuses os Orixás, e Ogum era um desses Orixás. Era venerado pelos escravos como o Deus da Guerra, pois seu nome significa “Senhor da Guerra” podendo variar para “Ologum”.

            Os europeus, cristãos colocavam regras para os escravos, e com isso, eles tinham que fazer o que era mandado. E paralelo a todos esses acontecimentos, os escravos foram proibidos de cultuar seus Orixás, pois, na visão do cristianismo, eles eram pagãos e estavam adorando a deuses inexistentes ou mundanos, ou até mesmo diabólicos, quando na verdade não.

èEste é São Jorge
Surgiu então a “Literatura dos Jesuítas” que tinha como principal finalidade, a catequização, a conversão dos escravos para religião cristã. Porém, os escravos continuavam a cultuar seus Orixás, só que de forma escondida. Eles fingiam cultuar os santos católicos, quando na verdade, em idioma Ioruba, eles cultuavam seus deuses de tradição.

Passaram então a estabelecer semelhanças entre os Orixás e os santos católicos para enganar os europeus, como, por exemplo:

·                          Santa Bárbara – santa católica dos raios e trovões com Iansã – o orixá dos raios, ventos e trovoes.
·                          São Jorge – santo católico da guerra com Ogum – Orixá guerreiro.


E assim aconteceu com os demais Orixás. Os africanos passaram a cultuar os Orixás de forma escondida, dando origem então, ao fato histórico conhecido como “Sincretismo Religioso no Brasil”.

            Hoje em dia é possível ver imagens católicas em casas de cultos de descendência africana, devido à história do Brasil. Devido o sincretismo.

            Então, é válido ressaltar que Ogum não é a mesma coisa que São Jorge. É só uma questão de tradição!

            Muito axé para todos.