terça-feira, 30 de abril de 2013

Evangelho de Marcos / Capítulo 13 : Uma curiosa visão sobre o fim dos tempos



Sobre o Evangelho de Marcos 

Sendo o segundo livro do Novo Testamento, o Evangelho de Marcos é considerado o mais antigo pelos estudiosos do cristianismo. Tradições do século II atribuem a Marcos Evangelista ou João Marcos a autoria deste Evangelho, mas sua origem é incerta. Estas mesmas tradições dizem que o autor era um companheiro de Pedro e que a obra foi baseada nas memórias do apóstolo. O Evangelho original foi escrito em grego koiné logo após a destruição do segundo templo de Jerusalém no ano 70 d.c., possivelmente na Síria.

Conforme testemunhos da época, João Marcos foi muito atento ao escrever as memórias de Pedro e em "momento algum errou ao escrever as coisas conforme recordava. Sua preocupação era apenas uma: não omitir nada do que havia ouvido, nem falsificar o que transmitia.". Porém estudiosos contemporâneos acreditam que este texto foi escrito por um desconhecido utilizando as fontes disponíveis na região da Síria. Fica evidenciado que o autor do texto tinha como principal preocupação pregar o evangelho aos gentios de língua grega, que estavam dentro do território do Império Romano. 

João Marcos


Estudiosos concluem que este Evangelho é de grande importância, pois foi fonte para os Evangelhos de Mateus e Lucas. Os manuscritos, pergaminhos e códices, têm versões diferentes, de diferentes épocas. A maioria das alterações são triviais, mas três chamam bastante atenção:

  • O Codex Vaticanus, séc. XIV, tem o texto “Filho de Deus”, que deu origem ao versículo 1:1 - Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus. Os textos mais antigos como Codex Sinaiticus, Codex Koridethi e Minúsculo 28, não possuem o termo. Isso quer dizer que “Filho de Deus” provavelmente não estava no texto original, sendo alterado na Idade Média.
  • A famosa frase “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”, também não está presente nos textos mais antigos.
  • Uma confusão na tradução também chama bastante atenção. No versículo 1:41, onde um leproso se aproxima de Jesus implorando para ser curado, parece ter sido mal traduzida. Nas versões mais modernas do Evangelho está escrito que Jesus teve compaixão pelo leproso, porém nos originais está escrito que ele ficou irado. Isso deve ter acontecido devido a proximidade das palavras em aramaico ethraham (ele tinha pena) e ethra'em (ele ficou furioso). Utilizando a lógica, fica mais fácil de entender porque um escriba mudaria raiva para pena, e é exatamente por isso que a versão mais antiga é tida como original.

Codex Vaticanus
Polêmicas a parte, este evangelho, como podemos perceber, tem origem incerta, escritor incerto, linguagem muito diferente da falada na região onde se presume que tenha vivido o personagem principal da história: Jesus Cristo.

O capítulo 13, que será abordado no restante deste texto, não tem evidencias de alterações. Isso me chamou atenção e não só o conteúdo do texto. Obviamente trata das tradições apocalípticas dos primeiros séculos do surgimento do cristianismo, estas tradições ecoam até hoje e estão sendo utilizadas, misturando-se outros ingredientes como as profecias de Nostradamus, calendário Maia e etc.

Como disse em outros textos, meu objetivo não é ofender ou defender algum tipo de crença, é simplesmente relatar o que está escrito neste texto que considero misterioso e profético.



Marcos 13 e os símbolos astrológicos


Comentarei algumas partes que considero importantes e caso o leitor tenha curiosidade, pode acessar o texto na íntegra, em várias versões, nesta página: 



Como o Capítulo 13 do Evangelho de Marcos fala do fim dos tempos desde já deixo claro que sou adepto da filosofia de que FIM, neste caso específico, se trata do fim de uma ERA, e não da completa extinção da raça humana ou Planeta Terra.

No versículo 30, o escritor nos coloca a par do tempo em que a profecia se realizará: 


Na verdade vos digo que não passará esta geração, sem que todas estas coisas aconteçam.” Marcos 13:30


Existem inúmeras teorias sobre a ideia do autor sobre a antológica frase: “não passará esta geração”. Alguns historiadores nos falam sobre uma visão pessimista dos primeiro seguidores de Jesus, pois estes assistiram a destruição de Jerusalém pelos romanos, onde um grande banho de sangue aconteceu. Estes estudiosos levaram a palavra geração a um nível pouco criativo. Acredito que seja uma teoria aceitável e de retórica muito bem construída, mas admito que tendo a não seguir por este caminho. 


Peixe cristão 
A trilha mais fácil da verdade, que tem embasamento no que foi escrito em todo Novo Testamento, leva as ideias mais para o caminho da astrologia. Também temos que considerar o gnosticismo, que teve grande influência no início do cristianismo. Darei um pequeno exemplo, para que o leitor entenda o que estou dizendo: Muitos já devem ter observado que igrejas cristãs adotaram o peixe como símbolo de Jesus, o fato é que este é um símbolo astrológico. Assim como tivemos as civilizações da Era Touro, seguidas pela Era de Áries, os cristãos identificaram Jesus como o símbolo da Era de Peixes. Portanto, a geração que fala o versículo Marcos 13:30 é a da Era de Peixes, com datas bem discrepantes entre gnósticos, astrólogos e astrônomos. Como a profecia é da época que o texto foi escrito, então ela seria para o fim da Era de Peixes em transição para a famigerada Era de Aquário, isso é confirmado em Lucas 22:10 (este é o capítulo onde Jesus, denunciado por Judas, diz sobre a volta do Reino de Deus na famosa Última Ceia): 

Cruz do Zodíaco
Eis que, quando entrardes na cidade, encontrareis um homem, levando um cântaro de água (aquário); segui-o até à casa (casa zodiacal) em que ele entrar.” Lucas 22:10

Aquarius

A confusão sobre a data do fim da Era de Peixes é justificada no texto de Marcos 13, onde é explicitado que ninguém saberá a data do fim dos tempos (ou Fim da Era) somente Deus:


“Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai.” Marcos 13:32


A profecia acima acabou se realizando, de certa forma. 



Marcos 13 e os sinais do Fim dos Tempos


Neste interessante texto profético, Jesus aparece reunido com seus discípulos no Monte das Oliveiras, defronte ao templo, os apóstolos, admirados com a construção, elogiam-na com entusiasmo. 

  

Jesus representado como o Sol no centro da cruz do Zodíaco.
Logo após, Jesus joga um balde de água fria em seus discípulos, dizendo:

Vês estes grandes edifícios? Não ficará pedra sobre pedra que não seja derrubada.” Marcos 13:2


Após Jesus se sentar, os apóstolos Pedro, Tiago, João e André pedem mais informações:


Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá quando todas elas estiverem para se cumprir.” Marcos 13:4


A partir deste versículo, inicia-se a narração do Fim dos Tempos. E quais seriam os sinais, que segundo o escritor deste evangelho, Jesus teria pontuado aos interessados apóstolos?


Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos."
 
Marcos 13:6



E, quando ouvirdes de guerras e de rumores de guerras, não vos perturbeis; porque assim deve acontecer; mas ainda não será o fim.” Marcos 13:7 

Porque se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá terremotos em diversos lugares, e haverá fomes e tribulações. Estas coisas são os princípios das dores.” Marcos 13:8
 

E o irmão entregará à morte o irmão, e o pai ao filho; e levantar-se-ão os filhos contra os pais, e os farão morrer.” Marcos 13:12


Após o princípio do fim dois versículos me fizeram recordar algumas profecias do fim do mundo de outros povos:


Ora, naqueles dias, depois daquela aflição, o sol se escurecerá, e a lua não dará a sua luz.” (uma clara alusão a lua como mãe)” Marcos 13:24
 
 

E as estrelas cairão do céu, e as forças que estão nos céus serão abaladas.” 
Marcos 13:25


Ele também nos diz como devemos nos abrigar nestes fatídicos dias: 

fujam para os montes.” Marcos 13:14
 

E o que estiver sobre o telhado não desça para casa, nem entre a tomar coisa alguma de sua casa;” Marcos 13:15 



Marcos 13 sob uma nova ótica 

  
Quando escrevi e publiquei o texto A Transfiguração de Jesus: Prova de sua origem extraterrestre?, confesso que esperava um grande número de ofensas, xingamentos dos religiosos mais fanáticos, mas não foi isso que aconteceu. Isso para mim demonstra que as pessoas querem ver as coisas com uma nova perspectiva, ou aceitam que as pessoas têm o direito de enxergar as coisas sob uma nova ótica. 


Não podemos negar que somos filhos de uma civilização tecnológica, espacial e astronômica, e que conseguimos vislumbrar certos textos antigos utilizando o conhecimento do que vivenciamos (senso comum) e também criar novas hipóteses e teorias. Imaginem: se o texto é profético, o escritor não o fez para a geração de sua época e sim para gerações futuras interpretarem. Então, nada mais lógico que interpretemos com uma perspectiva moderna. 


No final da segundo parte deste texto, copiei o versículo 15 e ele é um divisor de águas no capítulo, pois é o último sinal antes da volta do Filho do homem. O texto fala que “estrelas cairão do céu”, e hoje sabemos que isso não faz nenhum sentido. Provavelmente o que se diz no texto é sobre uma chuva de objetos espaciais que podem ser meteoros, partes de cometas ou o próprio cometa e etc. Ainda hoje chamamos um meteorito em choque com nossa atmosfera de “estrela cadente”, pense nisso. 


Belíssima estrela cadente.

Teorias e mais teorias sobre fim do mundo sempre tem em sua previsão uma chuva de meteoros, não sendo novidade. O que está escrito neste Evangelho é que “as forças do céu serão abaladas”, ou seja, algo perturbará o andamento natural das coisas causando catástrofes. Isso é muito interessante, pois hoje em dia sabemos da complexidade dos eventos astronômicos, porém, segundo a história oficial, este pobre homem que escreveu o texto acharia que o Sol era uma “grande laranja”. Obviamente a história oficial é cheia de equívocos e ironias a parte, os homens da época do escritor do Evangelho de Marcos sabiam muito mais do que nos é contado. 


"As forças do céu serão abaladas". Sem dúvida a profecia lembra muito algumas frases do livro Babilônico Enuma Elish, e outras profecias dos povos da mesopotâmia, de origem Suméria.
De repente, a narração fica empolgante para qualquer adepto da teoria de que fomos, somos e seremos visitados por seres extraterrestres (troque as palavras do texto bíblico para as que destaquei em vermelho): 

E então verão vir o Filho do homem nas nuvens (naves), com grande poder e glória.
E ele enviará os seus anjos 
(mensageiros extraterrestres), e ajuntará os seus escolhidos, desde os quatro ventos (por todos os continentes da Terra), da extremidade da terra até a extremidade do céu (abduzindo-os da terra para o céu).” Marcos 13:26-27 


Nuvens?

Assim como estrelas não caem do céu, o Filho do homem não virá em uma nuvem. Desde o hebraico antigo a palavra nuvem era a mesma de fumaça, portanto ninguém viria em uma fumaça. Digo isso para deixar enfatizado que os antigos tinham noção de que as nuvens não eram sólidas. 
 


A palavra anjo quer dizer Mensageiro, e sabemos que anjos não moram na Terra e nem nasceram nela, portanto são extraterrestres. 

Quatro ventos ou quatro cantos quer dizer que em todo mundo pessoas serão escolhidas. Escolhidas? 


E, por fim, a abdução acontece. Anjos em suas naves, lideradas pelo Filho do homem, levam os escolhidos da terra para o céu.





"Extremidade da terra a extremidade do céu".

Após isso, um recado muito elucidativo nos é dado. A Terra não é dos humanos, somos servos de alguém ou alguma coisa que nos vigia:

“Olhai, vigiai e orai; porque não sabeis quando chegará o tempo.

  
E como se um homem, partindo para fora da terra, deixasse a sua casa, e desse autoridade aos seus servos, e a cada um a sua obra, e mandasse ao porteiro que vigiasse.


Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o senhor da casa; se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã, Para que, vindo de improviso, não vos ache dormindo.” Marcos 13:33-36. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário